sábado, 24 de novembro de 2007

A SUPREMACIA BOURNE

Um agente internacional extremamente bem treinado perseguido ao redor do mundo por inimigos distintos. Soma-se aí a ação de tirar o fôlego e um dedinho a mais de verossimilhança. Não, não estou falando da franquia 007 (mesmo porque, com exceção de CASSINO ROYALE, de verossimilhança James Bond não tem nada) e sim de Jason Bourne, o herói moderno dos filmes de ação.
Seqüência de A IDENTIDADE BOURNE, de Doug Liman, A SUPREMACIA BOURNE (que chega com alguns anos de atraso ao meu DVD) muda de mãos sendo dirigido por Paul Greengrass (VOÔ UNITED 93, DOMINGO SANGRENTO) dando um salto de qualidade a uma franquia que já começara bem.
Interpretado por Matt Damon (OS INFILTRADOS), o amnésico agente Bourne tem o fim de uma trégua de dois anos quando volta a ser perseguido por agentes da CIA e um grupo de criminosos russos. Na busca pelo seu passado, Bourne é seguido de perto por seus inimigos sem ao menos saber o porquê.
Contando com uma história bem elaborada desde o início da série, A SUPREMACIA BOURNE traz não só um roteiro consistente, mas um protagonista bem estruturado. Se antes Bourne já era um personagem interessante pelas incógnitas envoltas em seu passado, aqui revela-se uma figura trágica, movida pela angústia e pela busca da verdade.
O desempenho de Matt Damon é assustador (no bom sentido) pela dimensão que o jovem o jovem ator dá a uma figura de tamanha complexidade como Bourne. Já Paul Greengrass assume sua câmera nervosa (já vista em seus trabalhos anteriores) utilizando-se de movimentos e zooms rápidos que, somados aos planos freneticamente editados, realçam a atmosfera de urgência envolta ao filme.
Greengrass acerta ainda no clima de verossimilhança que dá ao projeto, algo já visto no episódio anterior e que segue a tendência atual de ter sempre um pezinho no real. Assim, as seqüências de ação de A SUPREMACIA BOURNE mesmo sendo incríveis, são, em sua grande maioria, também possíveis.
Vale ainda destacar o talento de Greengrass e do fotógrafo Oliver Wood pela competência ao explorar e diferenciar as várias locações do filme, que foi rodado em nada menos do que seis países (Índia, Alemanha, Holanda, Itália, Rússia e EUA). Além dos enquadramentos belíssimos, a fotografia altera o tom a cada mudança de nacionalidade.
A SUPREMACIA BOURNE não só reafirma o talento de Matt Damon, como ainda faz Paul Greengrass despontar como ótimo diretor de ação. Acima de tudo, faz com que eu me arrependa de não ter visto a essa segunda parte da trilogia antes e me anima a ir até a locadora mais próxima em busca de O ULTIMATO BOURNE, o desfecho da saga lançado este ano.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

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