quinta-feira, 15 de novembro de 2007

GOSSIP GIRL

O 2º episódio de GOSSIP GIRL, de Josh Schwartz (CHUCK) me fez ter certeza do quão bacana é a série, tão parecida, e ao mesmo tempo tão diferente da irmã THE OC. Se em Newport Beach, a trama era centrada em jovens pertencentes às famílias ricas californianas, em GOSSIP GIRL as coisas mudam um pouco de figura, pois já não basta ter dinheiro; tem que ter acima de tudo, nome e tradição.
GOSSIP GIRL acompanha a trajetória de Serena van der Woodsen (Blake Lively, QUATRO AMIGAS E UM JEANS VIAJANTE), a garota pop da escola, que após transar com o namorado da melhor amiga, simplesmente some durante um ano sem dar satisfações a ninguém. De volta ao colégio, Serena percebe que as coisas já não são como antes, e encontrará na ex-amiga Blair (Leighton Meester, VERÔNICA MARS e 24 HORAS) sua principal rival. Tudo detalhadamente narrado no blog de uma misteriosa figura que se autodenomina a tal gossip girl; uma narradora onisciente que comenta a vida deste grupo de adolescentes nova-yorkinos sempre de maneira ácida e sarcástica (feita pela ótima Kristen Bell, ex-VERÔNICA MARS e atual HEROES).
A principal diferença de GOSSIP GIRL se comparada a THE OC, é o fato da série não ter os traços cômicos contidos na segunda. GOSSIP GIRL é mais densa não só em sua narrativa, mas também em seu visual. O cenário escolhido é uma fria e nublada Nova York, a fotografia é pálida, os figurinos pesados e a maquiagem exagerada, fazendo com que os personagens pareçam verdadeiras bonecas de porcelana. Completamente diferente da ensolarada Orange County.
A construção de personagens nas duas séries também toma caminhos opostos (pelo menos por enquanto). Embora OC também retratasse um mundo de ricos cheio de futilidades, os relacionamentos humanos eram mais intensos e verdadeiros, enquanto que em GOSSIP GIRL a relação entre os personagens é pouco natural e a série passa a concentrar-se num mundo mais competitivo e em jovens menos inocentes do que eram Ryan, Seth, Summer, Taylor e Marissa (que também eram menos inocentes que Dawson, Joe, Pacey e Jen; que por sua vez eram menos inocentes do que Brandon, Kelly e Donna; e assim por diante...).
A mão de Josh Schwartz na série é visível. Seu dom de transformar um amontoado de clichês em diálogos espertos e cultura pop é perceptível do início ao fim deste 2º episódio (uma das músicas tocadas, salvo engano do “Rooney”, já havia aparecido em OC). No mais, fica a impressão de que Schwartz deixou-se influenciar por SKINS, série adolescente inglesa (exibida pela HBO) que com poucos pudores, vai direto ao ponto no que diz respeito aos dilemas e problemas enfrentados pela juventude atual.
Bem-amarrada, GOSSIP GIRL manteve um bom ritmo durante todo o episódio. A série que teve a temporada completa encomendada (o que não significa muito diante da greve dos roteiristas), ainda tem futuro incerto (sua audiência esteve baixa, em torno de 3 milhões de espectadores), porém, pode garantir uma segunda temporada por pertencer a um canal menor, a CW. A princípio mostra-se eficiente e interessante, mas deve tomar cuidado em não ficar densa demais a ponto de espantar seu público-alvo; os adolescentes (algo já ocorrido à THE OC em sua 3ª temporada). E afinal, um pouco de humor não faz mal a ninguém!
por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

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