domingo, 25 de novembro de 2007

A SEMANA EM SÉRIE

Recapitulando tudo o que houve de bom e de ruim na minha semana televisiva, descobri uma nova rotina já formada. Segunda é dia livre (ainda não vi a tão comentada SAMANTHA WHO? e confesso que não me atrai) e estou indo para a segunda temporada de GREY’S ANATOMY que provavelmente em breve fará parte do meu início de semana. Terça também é dia vazio (são dias em que geralmente vejo algum DVD ou fico com OS SIMPSONS na FOX, já que a raposa tirou FAMILY GUY e jogou pra o FX, que por um acaso não chega aqui em casa).
Quarta é concorrência desleal! Tem UGLY BETTY na SONY e CHUCK na Warner no mesmo horário. Sorte é que não cheguei à terceira temporada de DESPERATE HOUSEWIVES, série que com certeza merece um post à parte neste blog.
Quinta, como já disse num post anterior, é dia sagrado. As oito tem GOSSIP GIRL, a versão chique e (mais) dramática de uma das minhas favoritas, THE OC. Um intervalo e temos HOUSE na Universal, seguido de HOUSE na Record.
A sexta-feira é desanimada já que não vejo HEROES e aguardo ansioso o lançamento de FRIDAY NIGHT LIGHTS em DVD para acompanhar a série decentemente. Sábado idem (ontem acabei vendo CEMITÉRIO MALDITO as duas da manhã no TELECINE CULT).
Domingo é dia de ver o que não foi visto, CHUCK, no caso, já que divide horário com BETTY. Em meio a tudo isso, a pessoa estuda, come, dorme e tenta levar uma vida normal.
Vamos ao que interessa! Quarta. Ótimo episódio de UGLY BETTY. A transformação de Betty, paralela a de Wilhelmina já vale o episódio. E por falar em Wilhelmina, conhecemos um pouco mais da vilã, numa tentativa estereotipada de humanizá-la através de um novo personagem que aparece no episódio (e lembrem-se; em UGLY BETTY, quanto mais caricato e estereotipado, melhor!). Mas o que mais me desperta interesse é a vilã-mor, aquela versão feminina do cruzamento de Darth Vader com Darth Sidious, dá qual só conhecemos a voz (ela sempre aparece como uma sombra, num cenário meio sinistro).
Quinta. GOSSIP GIRL. O constante embate entre Serena e Blair surge como um dos pontos altos dos episódios, ao lado de Chuck, o vilãozinho arrogante que tem algumas sacadas interessantes. Alias, Blair e Chuck despontam como os melhores personagens de GOSSIP, já que Serena em seus piores momentos nos remete à Marissa “Chata” Cooper, Nate é um verdadeiro paspalho e falta muito para que o simpático Dan se torne um bom Seth Cohen. O episódio teve tudo aquilo que uma boa série teen tem direito, ou seja, barracos, triângulos amorosos, adolescentes problemáticos com pais mais problemáticos ainda. Por fim, a história do irmão de Serena pode ser batida, mas deve render bons frutos ainda para alguns episódios.
(ps: a narração em off da Verônica Mars é ótima).
Ah! A volta do Dr. House! Sem Cameron, sem Foreman, sem Casey, só House, Wilson, Cuddy e o faxineiro do hospital (que se fingindo de médico, obrigado por House, me fez dar boas risadas!). O caso nem foi dos mais interessantes, mas seu desfecho sim foi sensacional. E a disputa de seqüestros entre House e Wilson rendeu os melhores momentos do episódio, ressaltando a veia cômica da série. Dentro de alguns episódios devemos ter os fiéis escudeiros de House de volta, mas, apesar das ausências sentidas, esse primeiro episódio vem para comprovar o que há muito já sabíamos; House por si só já basta.
Fechando a semana, um episódio divertidíssimo de CHUCK, o que me leva a crer que a veia cômica que Josh Schwartz tinha em THE OC (principalmente na temporada final), e que não está presente em GOSSIP GIRL, está toda na série. CHUCK tem um elenco afinado, Zachary Levi está excelente no papel de protagonista, as cenas de ação são bem feitas e o humor pastelão mistura-se bem ao clima de investigação da série. Por ser uma diversão despretensiosa acaba tornando-se ainda melhor, justamente por não se levar a sério.
E assim, foi-se a semana, passou-se o domingo e eu perdi não só o programa TENTAÇÃO como a final da DANÇA NO GELO. Um baque muito forte do qual tentarei me recuperar (tom irônico)... Até.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

sábado, 24 de novembro de 2007

A SUPREMACIA BOURNE

Um agente internacional extremamente bem treinado perseguido ao redor do mundo por inimigos distintos. Soma-se aí a ação de tirar o fôlego e um dedinho a mais de verossimilhança. Não, não estou falando da franquia 007 (mesmo porque, com exceção de CASSINO ROYALE, de verossimilhança James Bond não tem nada) e sim de Jason Bourne, o herói moderno dos filmes de ação.
Seqüência de A IDENTIDADE BOURNE, de Doug Liman, A SUPREMACIA BOURNE (que chega com alguns anos de atraso ao meu DVD) muda de mãos sendo dirigido por Paul Greengrass (VOÔ UNITED 93, DOMINGO SANGRENTO) dando um salto de qualidade a uma franquia que já começara bem.
Interpretado por Matt Damon (OS INFILTRADOS), o amnésico agente Bourne tem o fim de uma trégua de dois anos quando volta a ser perseguido por agentes da CIA e um grupo de criminosos russos. Na busca pelo seu passado, Bourne é seguido de perto por seus inimigos sem ao menos saber o porquê.
Contando com uma história bem elaborada desde o início da série, A SUPREMACIA BOURNE traz não só um roteiro consistente, mas um protagonista bem estruturado. Se antes Bourne já era um personagem interessante pelas incógnitas envoltas em seu passado, aqui revela-se uma figura trágica, movida pela angústia e pela busca da verdade.
O desempenho de Matt Damon é assustador (no bom sentido) pela dimensão que o jovem o jovem ator dá a uma figura de tamanha complexidade como Bourne. Já Paul Greengrass assume sua câmera nervosa (já vista em seus trabalhos anteriores) utilizando-se de movimentos e zooms rápidos que, somados aos planos freneticamente editados, realçam a atmosfera de urgência envolta ao filme.
Greengrass acerta ainda no clima de verossimilhança que dá ao projeto, algo já visto no episódio anterior e que segue a tendência atual de ter sempre um pezinho no real. Assim, as seqüências de ação de A SUPREMACIA BOURNE mesmo sendo incríveis, são, em sua grande maioria, também possíveis.
Vale ainda destacar o talento de Greengrass e do fotógrafo Oliver Wood pela competência ao explorar e diferenciar as várias locações do filme, que foi rodado em nada menos do que seis países (Índia, Alemanha, Holanda, Itália, Rússia e EUA). Além dos enquadramentos belíssimos, a fotografia altera o tom a cada mudança de nacionalidade.
A SUPREMACIA BOURNE não só reafirma o talento de Matt Damon, como ainda faz Paul Greengrass despontar como ótimo diretor de ação. Acima de tudo, faz com que eu me arrependa de não ter visto a essa segunda parte da trilogia antes e me anima a ir até a locadora mais próxima em busca de O ULTIMATO BOURNE, o desfecho da saga lançado este ano.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

HOUSE X GREY'S ANATOMY

Ambientes hospitalares não são novidades na televisão norte-americana; prova disso são as veteranas ER, em sua 14ª temporada, e Scrubs, na 7ª. Há exatamente quatro temporadas, duas novatas passaram a integrar o grupo de séries baseadas em casos médicos, com a diferença do sucesso infinitamente maior, mantendo uma audiência que há muito suas já citadas companheiras não conquistam.
HOUSE M.D. e GREYS ANATOMY baseiam-se na premissa do cotidiano em hospitais, mas divergem em seus pontos de vista sobre o tema.
Em HOUSE, somos apresentados ao médico ranzinza que dá nome à série e sua equipe, responsáveis pelo departamento de diagnóstico. Figura amargurada e sarcástica, viciado em analgésicos entorpecentes, Dr. Gregory House é considerado um dos mais competentes profissionais não só no hospital – Princenton Plainsboro - em que atua como no estado de New Jersey e nordeste americano, e por isso mesmo, não tem limites em sua conduta, equilibrando-se sempre entre sua genialidade e a absoluta falta de ética.
O personagem defendido por Hugh Laurie (duas vezes vencedor do Globo de Ouro por sua atuação) acaba sendo o grande trunfo da série. HOUSE tem como protagonista um personagem que vai além do anti-heroísmo; um protagonista meticulosamente bem construído, que trilha fronteiras entre o bem e o mau sem entregar-se a maniqueísmos, e cuja conduta profissional é questionável. Um personagem no mínimo subversivo.
Em contraponto ao Dr. House, os cinco demais personagens que habitam a série, tentando a todo instante questionar as atitudes do médico e propor uma “cura” ao caráter ambíguo deste.
Não fosse o luxo de ter um protagonista de peso, HOUSE provavelmente passaria despercebida diante do número de séries que circulam pela TV norte-americana, já que conta com uma estrutura narrativa absolutamente convencional. A cada episódio, somos apresentados através de um prólogo a um novo personagem, que virá a adoecer e passar pelas mãos de House e sua equipe (algo já utilizado na extinta SIX FEET UNDER).
A partir daí a narrativa se desenvolve sem grandes novidades de linguagem: o personagem surgido no prólogo, que estava em sua normalidade, adoece, House e sua equipe discutem o caso, surgem complicações, para no final, o caso ter sua conclusão, que nem sempre é positiva.
Com episódios fechados, a doença de cada personagem surge como a perturbação da normalidade, desencadeando o conflito. Enquanto House, Cameron (Jenifer Morrison), Foreman (Omar Epps) e Chase (Jesse Spencer) lutam contra seu prazo final (o que levará ao clímax), o paciente sofre complicações esporádicas que pontuam bem os turn-points do episódio. Por fim, há a conclusão do caso (geralmente mirabolante) e o episódio termina centrado em seu protagonista ou em alguma questão relacionada a ele.
Repleto de diálogos ácidos e um sarcasmo sagaz e espirituoso, House faz com que a série caminhe por um terreno transitório entre a comédia e o drama (algo que ocorre com outras séries como a já citada GREY’S ANATOMY e DESPERATE HOUSEWIVES), sendo uma obra de gênero bastante ambíguo. Não hesita, porém, em adotar o melodrama sempre quando necessário, algo perdoável diante da complexidade de seu personagem central.
Com uma estrutura narrativa fechada na maioria dos episódios, HOUSE erra a mão sempre que tenta seguir a tendência de “novelização” de outras séries. A companheira GREY’S ANATOMY, por sua vez segue o estilo novelinha em todos os seus marcadores. Baseando sua trama num grupo de médicos residentes do Hospital Seattle Grace, GREY’S ANATOMY traz uma legião de personagens envolvidos em tramas paralelas, que grande parte das vezes se desenvolve durante episódios a fio; um estilo narrativo adotado atualmente em boa parte dos seriados americanos e provavelmente responsável pela quase morte dos sitcoms.
Além de contar com a onisciência narrativa da câmera, GREY’S ANATOMY segue a tendência da voz off narrando os acontecimentos de cada episódio (recurso recentemente adotado também em séries como DESPERATE HOUSEWIVES, GOSSIP GIRL e no filme PECADOS ÍNTIMOS). Narrado por sua protagonista, a Dra. Meredith Grey (Ellen Pompeo), GREY’S adota uma linha diferente da de HOUSE ao deixar os pacientes de lado e focar-se no relacionamento entre os médicos da trama, as competições no mercado de trabalho e a cansativa rotina dentro de um hospital. Ambas, porém, compartilham o levantamento de questões sociais e morais espalhadas história afora.
Apesar da estrutura narrativa clássica, GREY’S ANATOMY constantemente exibe uma linguagem videoclipe quando narra os desdobramentos de suas histórias. Assim, não raramente vemos uma edição rápida, acompanhada de uma trilha sonora pop em meio ao episódio. Os episódios, por sua vez, terminam sempre com um gancho capaz de trazer o espectador de volta na próxima semana.
Considerada uma série “tapa-buraco”, GREY’S ANATOMY estreou sem grande alvoroço na mid-season americana, tornando-se logo depois um hit, seguindo a atual tendência de séries-novela inaugurada por LOST e 24 HORAS (tendência que para nós brasileiros não é novidade, ou nossas telenovelas estariam falidas). Já HOUSE garante-se através de seu protagonista e seus diálogos, já que sua estrutura narrativa funciona, mas é batida e conservadora.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A LOJA MÁGICA DE BRINQUEDOS

Antes do início da sessão de A LOJA MÁGICA DE BRINQUEDOS, já havia percebido que ali, eu era a exceção. Em meio a uma sala cheia, eu era provavelmente o único cidadão maior de idade que não estava acompanhando os filhos durante uma tarde no cinema.
Claro que eu sabia que se tratava de um filme infantil; só não imaginava que A LOJA DE BRINQUEDOS além de ser um filme unicamente voltado aos baixinhos, era, sobretudo, um filme ruim.
Dirigido e escrito por Zach Helm, elogiadíssimo roteirista de MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO, o filme estrelado por Dustin Hoffman e Natalie Portman não só é um amontoado de clichês vistos em inúmeras outras histórias infantis, como não decola em momento algum, seja pela pouca criatividade em sua direção, ou até mesmo por sua fragilidade narrativa.
A trama gira em torno de Mr. Magorium (Hoffman) e sua mágica loja de brinquedos, administrada por ele e pela gerente Molly Mahoney (Portman), uma pianista frustrada por não ter dado certo em sua carreira musical.
Tanto Magorium, quanto Mahoney acreditam na magia da loja sem em momento algum questionarem-se sobre ela, e assim, somos apresentados logo de cara ao fantasioso mundo do filme. O problema é que toda a magia deste universo é apresentada de forma rápida e superficial demais, sem jamais nos permitir penetrar mais a fundo na loja e nos personagens que a habitam. Visualmente parecida com as obras de Tim Burton (PEIXE GRANDE, A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATES), A LOJA MÁGICA DE BRINQUEDOS acerta em seu visual arrebatador, com uma direção de arte e efeitos especiais à altura do universo mágico que deveria ter sido criado. Infelizmente, Zach Helm, estreante no papel de diretor, trilha caminhos diferentes do experiente Tim Burton, criando uma narrativa cinematográfica sem grande criatividade, e jamais se aprofundando no mundo por ele criado e muito menos em seus protagonistas.
Assim, enquanto Mr. Magorium quase se torna um Willy Wonka canastrão (que só se salva graças ao talento de Dustin Hoffman), Natalie Portman exibe carisma e simpatia numa personagem que não tem muito mais a oferecer. Fechando o elenco, Jason Bateman vive um contador que antes incrédulo na magia da loja, transforma-se completamente devido a repentina paixão que tem pela personagem de Portman, além do garotinho Zach Mills, que encarna mais uma dessas criancinhas gênios que habitam o cinema de Hollywood.
Baseado numa trama totalmente escassa de conflitos, A LOJA MÁGICA DE BRINQUEDOS erra completamente a mão ao se afastar de seu cenário principal durante boa parte da projeção. Num ano em que tivemos o sensível PONTE PARA TERABÍTIA, surge apenas como um entretenimento mediano para crianças menores e dificilmente atingirá ao expectador mais adulto, algo que tanto TERABÍTIA, quanto as duas versões da FÁBRICA DE CHOCOLATES cumpriram com êxito.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

GOSSIP GIRL

O 2º episódio de GOSSIP GIRL, de Josh Schwartz (CHUCK) me fez ter certeza do quão bacana é a série, tão parecida, e ao mesmo tempo tão diferente da irmã THE OC. Se em Newport Beach, a trama era centrada em jovens pertencentes às famílias ricas californianas, em GOSSIP GIRL as coisas mudam um pouco de figura, pois já não basta ter dinheiro; tem que ter acima de tudo, nome e tradição.
GOSSIP GIRL acompanha a trajetória de Serena van der Woodsen (Blake Lively, QUATRO AMIGAS E UM JEANS VIAJANTE), a garota pop da escola, que após transar com o namorado da melhor amiga, simplesmente some durante um ano sem dar satisfações a ninguém. De volta ao colégio, Serena percebe que as coisas já não são como antes, e encontrará na ex-amiga Blair (Leighton Meester, VERÔNICA MARS e 24 HORAS) sua principal rival. Tudo detalhadamente narrado no blog de uma misteriosa figura que se autodenomina a tal gossip girl; uma narradora onisciente que comenta a vida deste grupo de adolescentes nova-yorkinos sempre de maneira ácida e sarcástica (feita pela ótima Kristen Bell, ex-VERÔNICA MARS e atual HEROES).
A principal diferença de GOSSIP GIRL se comparada a THE OC, é o fato da série não ter os traços cômicos contidos na segunda. GOSSIP GIRL é mais densa não só em sua narrativa, mas também em seu visual. O cenário escolhido é uma fria e nublada Nova York, a fotografia é pálida, os figurinos pesados e a maquiagem exagerada, fazendo com que os personagens pareçam verdadeiras bonecas de porcelana. Completamente diferente da ensolarada Orange County.
A construção de personagens nas duas séries também toma caminhos opostos (pelo menos por enquanto). Embora OC também retratasse um mundo de ricos cheio de futilidades, os relacionamentos humanos eram mais intensos e verdadeiros, enquanto que em GOSSIP GIRL a relação entre os personagens é pouco natural e a série passa a concentrar-se num mundo mais competitivo e em jovens menos inocentes do que eram Ryan, Seth, Summer, Taylor e Marissa (que também eram menos inocentes que Dawson, Joe, Pacey e Jen; que por sua vez eram menos inocentes do que Brandon, Kelly e Donna; e assim por diante...).
A mão de Josh Schwartz na série é visível. Seu dom de transformar um amontoado de clichês em diálogos espertos e cultura pop é perceptível do início ao fim deste 2º episódio (uma das músicas tocadas, salvo engano do “Rooney”, já havia aparecido em OC). No mais, fica a impressão de que Schwartz deixou-se influenciar por SKINS, série adolescente inglesa (exibida pela HBO) que com poucos pudores, vai direto ao ponto no que diz respeito aos dilemas e problemas enfrentados pela juventude atual.
Bem-amarrada, GOSSIP GIRL manteve um bom ritmo durante todo o episódio. A série que teve a temporada completa encomendada (o que não significa muito diante da greve dos roteiristas), ainda tem futuro incerto (sua audiência esteve baixa, em torno de 3 milhões de espectadores), porém, pode garantir uma segunda temporada por pertencer a um canal menor, a CW. A princípio mostra-se eficiente e interessante, mas deve tomar cuidado em não ficar densa demais a ponto de espantar seu público-alvo; os adolescentes (algo já ocorrido à THE OC em sua 3ª temporada). E afinal, um pouco de humor não faz mal a ninguém!
por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O 2º UGLY BETTY E GREYS ANATOMY

Adoro UGLY BETTY! É novelinha, é brega, mas é muito, muito divertida. No segundo episódio (exibido hoje pela Sony), Betty leva pra casa o book da revista Mode (um tipo de pré-edição da revista; maiores detalhes em O DIABO VESTE PRADA) que acaba sendo roubado por uma vizinha vingativa. A partir daí, tudo passa a dar errado para Betty e Henry (seu chefe), que iniciam um verdadeiro corre-corre atrás do tal livro. O episódio tem tudo aquilo já visto no anterior, mas num ritmo mais acelerado, e com muito mais turn-points. Há inúmeros momentos divertidos (como o seqüestro do coelhinho de pelúcia de Betty) e a inserção de certo mistério na trama, envolvendo Bradford (Alan Dale, THE OC) o dono da Mode, além de outras publicações, e uma vilã enigmática, que em momento algum revela seu rosto (o que me leva a lembrar de Darth Sidious, de STAR WARS; é por isso que eu amo essa série, justamente por não ter medo de ser ridícula ou caricata).
Por fim, UGLY BETTY sabe como agilizar sua história baseada numa telenovela, fazendo com que a série não perca suas origens, mas não se arraste capítulos a fio num único conflito (a historinha do book perdido me lembrou a do diário perdido na novela A URSUPADORA, que eu assisti quando era criança; ok, é vergonhoso, eu sei...).
Só estragou mesmo a legenda mal-feita do episódio, já que todas as vezes em que a palavra book era usada, ela era traduzida como “boneco”! Mas de legendas mal-feitas a TV ta cheia...

Fiz uma maratona da primeira temporada de GREY’S ANATOMY, vi até o episódio cinco e estou adorando. A trama da Doutora Grey e seus colegas é bem diferente da de HOUSE, focando-se mais na competição entre os profissionais da área e nas dificuldades do dia-a-dia dos médicos do Seattle Grace (ainda bem, já pensou se GREY’S, HOUSE, ER e SCRUBS seguissem todas uma linha parecida?). Ah, e teve uma balada muito louca num dos episódios, fiquei até com vontade de ser médico para estar lá! Balada, nem sei mais o que é isso...

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

domingo, 11 de novembro de 2007

UGLY BETTY, CHUCKY E DAWSON'S CREEK

Hoje duas séries garantiram temporada completa na minha programação. A primeira delas, nada mais é do que a versão norte-americana de uma novela colombina já exibida no Brasil. Estrelada por America Ferrera (QUATRO AMIGAS E UM JEANS VIAJANTE), UGLY BETTY mostra-se de cara uma série exageradamente caricata e repleta de clichês. E o melhor; tudo feito propositalmente! Em UGLY BETTY cada detalhe é extremamente bem marcado; os personagens estereotipados, o arco dramático do episódio, a trilha sonora presente a todo instante (com direito a violinos nos momentos de forte emoção). Tudo com cara de novela, mas infinitamente mais exagerado, buscando transcender o realismo e dando a série um ar de conto de fadas kitshy.
Logo no primeiro episódio, os papéis são bem definidos; Betty é uma versão cafona da gata borralheira, o mocinho playboy o príncipe encantando idealizado, a tal Wilhelmina a madrasta má, etc, etc, etc... Há também referências bem humoradas (como quando um personagem diz que Betty e algumas colegas de trabalho são a versão feia de SEX AND THE CITY), além de um apelo visual irresistível vindo a da direção de arte (os figurinos são ótimos e engraçados; Betty vestida com uma bata estampada de Guadalajara me fez rir por alguns bons minutos).
Resumindo, UGLY BETTY é uma versão despretensiosa e cafona do filme O DIABO VESTE PRADA, uma série que não tem medo de se “auto-ridicularizar”, uma série que não se leva a sério. E é justamente isso que faz tudo ficar tão mais divertido.


A segunda do dia foi CHUCKY, e confesso que preciso me segurar para não chamar Josh Schwartz de gênio. Em CHUCKY, Schwartz utiliza-se de elementos que fizeram de seu trabalho antecessor (a badalada THE OC) um sucesso: diálogos espertos, personagens carismáticos e uma trilha sonora pop (elementos também presentes em GOSSIP GIRL). Adicionam-se à receita ótimas cenas de ação e um clima de pastelão impagável e pronto, CHUCKY têm lugar garantido na minha programação (nas reprises, pois a exibição oficial bate com o horário de UGLY BETTY). Agora, é torcer para que a greve dos roteiristas não dure muito, pois a série ainda não tem todos os episódios escritos, e pode ser encurtada por conta disso.

Fora essas duas, vi dois episódios da segunda temporada de DAWSON’S CREEK (o quinto e o sexto). Gosto da série, acho bonitinha, mas confesso que há algumas coisas que me incomodam, principalmente o fato de alguns personagens bastante próximos praticamente não interagirem uns com os outros. Foi assim no começo da primeira temporada, quando os melhores amigos Dawson (James Van Der Beek) e Pacey (Joshua Jackson) praticamente não se encontravam em cena já que Dawson corria atrás da nova vizinha Jen (Michelle Williams), enquanto Pacey ocupava-se tendo um caso com a professora de inglês (enquanto isso, Joey ficava pelos cantos chorando por Dawson, o que me dava uma vontade louca de entrar na televisão e traze-la para minha casa. Infelizmente, Tom Cruise chegou antes). Oras, se a amizade dos dois é tão forte, por que não vimos isso logo no início da série, quando nos são apresentados os personagens? A impressão que dá, é que os roteiristas foram com muita sede ao pote e trouxeram logo de cara um monte de situações de conflito, sem se preocupar em nos apresentar a pequena Capeside e seus moradores.
Algo semelhante ocorre na relação de Dawson com os pais. Não sei se eu fui mal acostumado com os Cohen (que estavam sempre ali ao lado de Seth e Ryan), mas o fato é que os Lerry passaram a primeira temporada toda mais preocupados com os problemas próprios do que com o filho. Pois bem, nesta nova temporada eles resolveram enfim se preocupar com Dawson fazendo uma vigilância cerrada para que ele e Joey não mantenham uma vida sexual. Convenhamos, um pouco tardia essa preocupação, já que a garota dorme desde o começo da série no quarto do amigo/namorado.
Por fim, os irmãos Andie (Meredith Monroe) e Jack (Kerr Smith), que, salvo o engano, contracenaram juntos hoje pela primeira vez, no sexto episódio da temporada. Alias, com Joey (Katie Holmes) cada vez mais chata (estou odiando essa crise existencial que ela anda passando), Andie desponta como uma das melhores coisas do seriado.
Enfim, nesse começo de segunda temporada, vemos o fim do casamento dos Lerry, Jen voltando a ser uma bitch, Dawson sendo Dawson (ou seja, alternando momentos racionais com outros onde ele é um verdadeiro palerma) e Joey numa crise existencial adolescente chatíssima, que eu só relevo mesmo por ser a Katie Holmes.

Maiores detalhes e informações no próximo post.


por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

sábado, 10 de novembro de 2007

PLANETA TERROR


Zumbis famintos por carne humana, litros e litros de sangue película afora e, é claro, mulheres lindíssimas cujo número de armas é inversamente proporcional ao número de peças de roupas. Não, não estou falando de mais um filme da irregular franquia RESIDENT EVIL, e sim de PLANETA TERROR, uma homenagem do diretor Robert Rodriguez aos filmes trash da década de 70.
Concebido como a primeira parte do projeto GRINDHOUSE (a segunda é À PROVA DE MORTE, de Quentin Tarantino), PLANETA TERROR traz aquilo que todo bom filme de horror B deve apresentar, ou seja, pouca história, personagens bem marcados e sustos e mais sustos regados à base de muita carnificina.
O resultado é uma narrativa frágil, como era de se esperar, mas nem por isso menos divertida, graças aos marcadores do gênero presentes a todo instante na tela: a começar pelos letreiros amarelos, passando pela trilha sonora ultrapassada, até chegar a uma legião de personagens clichês (o médico psicopata, a “enfermeira” sexy e perigosa, a stripper injustiçada), defendidos por interpretações bastante caricatas.
Resumindo, aquilo que faria de qualquer outro companheiro do gênero um filme ruim, faz de PLANETA TERROR uma obra despretensiosa e divertida que transforma supostas deficiências técnicas em linguagem: durante a projeção há inúmeros efeitos que nos dão a impressão de sujeira na película e película queimada, além da sacada genial do letreiro nos comunicando a falta de um dos rolos em meio ao filme, fazendo com que a narrativa dê um salto no mínimo interessante.
Com participações de Bruce Willis (DURO DE MATAR 4.0) e Naveen Andrews (LOST), PLANETA TERROR é protagonizado pelo ótimo trio formado pela bela Rose McGowan (CHARMED), uma stripper que tem a perna substituída por uma metralhadora, Marley Shelton (SIN CITY), uma médica anestesista sexy e misteriosa, e Freddy Rodriguez (SIX FEET UNDER), que com uma interpretação canastrona, dá vida à El Wray, um típico mocinho fora-da-lei.
Completando a diversão, uma cena de sexo digna do Cine Band Privé, além de um falso trailer, dirigido pelo próprio Rodriguez, parodiando filmes de ação dos anos 70.
PLANETA TERROR deve agradar principalmente aos fãs dos extintos cinemas Grindhouse (salas especializadas em filmes de horror trash), afinal, cumpre com êxito aquilo a que se propõe. Sua única ressalva está na violência exagerada utilizada nas matanças filme a fora (aliás, muito bem-feitas para uma obra que propõe mimetizar o cinema trash), que certamente não agradará àqueles com um estômago mais frágil.


por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

***
FOX exibindo CLUBE DA LUTA, TELECINE, CASSINO ROYALE, enquanto a Warner passa O APANHADOR DE SONHOS. Isso sim é que eu chamo de concorrência desleal...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A NOVA "OC" GOSSIP GIRL, THE BEST YEARS E A GREVE DOS ROTEIRISTAS

Ontem, no auge do meu entusiasmo por HOUSE, acabei me esquecendo de comentar duas estréias que assisti na Warner e na Sony (ou pelo menos parte delas). Primeiro, vi os últimos 15 minutos de GOSSIP GIRL (Warner), a nova série de Josh Schwartz, que na verdade é bem parecida com THE OC, também de Josh. Tanto que na cena em que Blair conversa com a mãe, juro que vi Julie Cooper dando “conselhos” para a chatonilda da Marissa num dos primeiros episódios de OC. Até mesmo os argumentos das mães eram parecidos (algo do tipo “aproveite enquanto é jovem, bonita, rica e popular”). Talvez acabe me rendendo à série (sou um órfão de THE OC, embora esteja assistindo DAWSON’S CREEK e tenha baixado SKINS), mas a primeira vista, faltam os diálogos bem acabados, os personagens carismáticos e o bom humor que fizeram de THE OC um sucesso. Resumindo, falta Seth a GOSSIP GIRL. E Summer. E Taylor. E Julie. E os Cohen... (*&%$#! Por que THE OC tinha que acabar?).
Mudando da Warner para a Sony, vi o primeiro episódio de... (A série me marcou tanto que esqueci o nome)... Pronto! Lembrei! THE BEST YEARS, a história de uma órfã que vai para a universidade. Uma série bem certinha, bem convencional e bem dispensável, daquelas para se ver como última opção. E a julgar pelo número de episódios (13), deve fazer parte da mid-season americana. Ou seja, provavelmente ficará de fora da minha programação.
Para fechar o post, uma foto do elenco de UGLY BETTY numa passeata de apoio à greve dos roteiristas. Minha opinião sobre o assunto? É hora de eles contratarem mão-de-obra latina (risos). Ok, ok; eu sei que pessoas como eu desmerecem a classe, mesmo porque eu nem ao menos pertenço a ela (ainda)! Só espero que tudo acabe bem, e o mais importante, RÁPIDO, pois rolam boatos que caso a greve se prolongue demais, coisas bobinhas como LOST só em 2009! (e eu definitivamente não sei se agüento tanto assim).

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

E DEUS DISSE: "GUARDAI AS QUINTAS DE FESTA". POR QUÊ? DESCUBRA ABAIXO...

Quinta-feira é dia sagrado. Pelo menos para mim. O por quê de tanta devoção? É simples: quinta-feira é dia de sessão dupla de HOUSE. E hoje finalmente assisti ao tão comentado episódio em que o médico mais ranzinza da televisão (usando uma descriçãozinha bem clichê para um personagem que vai muito além do mau-humor) encontra alguém tão cretino quanto ele próprio (em negrito pois é justamente este o nome do episódio). É sempre interessante ver House ser desafiado por alguém, algo que, como dito no episódio, acontece pouco, já que Cameron o ama, Chase o teme, Wilson o considera um amigo e Cudy é sempre contrariada pelo médico quando tenta lhe impor limites. Restam Foreman, que como ficou constado, está prestes a deixar a equipe, e, especialmente neste episódio, um menino de caráter duvidoso, que de tão pentelho que é até a mãe deixou de suportar. Um personagem no mínimo interessante para encarar House, e que, sobretudo, foge do estereótipo dos pacientes bonzinhos que passam pelas mãos do médico (especialmente em se tratando de adolescentes). O resumo da ópera, um episódio bem elaborado, com ótimas sacadas, diálogos espertos, uma trama bem definida e uma subtrama tão eficiente quanto a principal (Quem sabotou Foreman?).
O segundo episódio não passou do mediano. Já explico: é que terminado o episódio da Universal, mudo de canal correndo para ver a exibição da Record, que exibe episódios da 2ª temporada dublados, o que para mim, já faz perder boa parte da graça. Mas a ânsia para ver mais uma hora do mau-humor de House (e conseqüentemente, da beleza da Doutora Cameron) fala mais alto e me faz engolir até mesmo a dublagem mal-feita. (Não desmerecendo a Record que ao menos transmite a série num horário mais ou menos decente, e não as 3:30 da manhã...).
Sobre o episódio, uma trama apenas regular, com direito a uma família de imigrantes mexicanos totalmente estereotipada; enfim, nada que se compare aos melhores momentos da série. Vale mesmo é pelo fato de centrar-se na Doutora Cudy, dando maior dimensão a uma personagem que certamente não está ali apenas para contrariar House.

Bom, por hoje é só! Agora vocês sabem porque as quintas-feiras eu durmo mais feliz, e sobretudo, sabem que não devem ligar ou fazer visitas entre as 23:00 e a 01:00 deste dia.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

PENSAMENTOS ALEATÓRIOS: COISAS COMO VERÔNICA MARS, FANTASIA E CARLA PEREZ

Que comecinho de semana, hein! Primeiro o costumeio trajeto de ônibus Bauru-Curitiba (cerca de 8 horas de viagem), seguido por um trabalho sobre a Atlântida feito em tempo recorde de 30 minutos, um roteiro (ou pelo menos o começo dele) escrito as pressas durante a madrugada, um batalhão de aulas e amanhã trabalho de fotografia, isso se não vier uma provinha por aí...

Fora isso, tinha me programado para ver as estréias da TV a cabo esta semana e consegui a façanha de fugir completamente da programação e assistir absolutamente nada! Mas o absurdo dos absurdos, foi há alguns dias, quando em plena madrugada fazia eu um tour pela televisão e de repente dei de cara com um programa que marcou (no mau sentido) a minha infância. Uma dica: ele era apresentado por ninguém mais, ninguém menos que CARLA PEREZ! Pois é, quando eu penso que o SBT não tem como piorar, aparece o tio Silvio e dá um jeito (embora tenha que admitir que o TENTAÇÃO faz dos meus domingos dias mais alegres; ficando em segundo lugar na minha preferência apenas porque é dia de DANÇA NO GELO). Mas a revolta maior foi ver que depois do tal FANTASIA, vinha um episódio da super-bacana e injustamente extinta VERÔNICA MARS, a série que todos conspiram para que ninguém veja, já que o SBT leva ao ar as 3:30 da matina e o a TNT por volta das 3 da tarde, DO SÁBADO!!! Ou seja; obrigado por nada!

A surpresa boa dos últimos três dias foi o filme do Babenco (O PASSADO), sobre o qual talvez eu escreva aqui mais pra frente. Ou não...
por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

domingo, 4 de novembro de 2007

A SEMANA: "WILL & GRACE", "SMALLVILLE", "GILMORE GIRLS", "DAWSON'S CREEK", "TERABÍTIA" E A ARTE DE REVER AS COISAS

E a palavra da semana é rever! Revi alguns filmes, algumas séries, e uma ou outra coisa inédita. De novo mesmo, a 1ª temporada da divertidíssima WILL & GRACE (desculpem os fãs de FRIENDS, também adoro a série, mas essa aqui dá de 10 a 0!), os dois primeiros episódios da badalada GREY’S ANATOMY (o mundo todo via menos eu; é bacana, mas continuo um fiel escudeiro de HOUSE), um episódio e meio de BROTHERS & SISTERS (a série é boa, mas aquecida a banho-maria, ou seja, devagar...) e dois episódios da 2ª temporada de DAWSON’S CREEK (tem n defeitos, mas é bonitinha demais para não ver). Cinematograficamente falando, apenas o novo filme de Stephen King, ou melhor, baseado nele (a crítica está no post abaixo).
No mais, revi os últimos episódios das temporadas de GILMORE GIRLS e SMALLVILLE. Não sou um fiel seguidor de nenhuma das duas séries, vejo apenas episódios esporádicos. Gosto do final dado às garotas GILMORE; sensível, bem-amarrado, deixando um gostinho de “quero mais” num happy end que está mais para “a vida continua; bola pra frente”.
SMALLVILLE é um caso a parte; sempre que via a série no SBT (acreditem ou não, vez ou outra eu passo por essa emissora) achava legal e tudo mais, até que recentemente resolvi assistir desde o começo. Não passei do primeiro episódio; achei tudo fake, tudo brega, tudo muito ruim (com exceção da Cloe, uma das melhores coisas da série). Tinha desistido por tempo indeterminado quando me vi em frente da TV para rever o último episódio da 6ª temporada, que havia assistido há alguns meses sem muita atenção.
O fato é que a desatenção foi tanta que passei despercebido para algo que fez a série cair ainda mais no meu conceito. (ATENÇÃO! SPOILER!) Que Cloe tinha poderes eu sabia, só não lembrava ao certo o como tudo acontecia. Bem, estava Lois lá caída, Cloe chega, pega a prima entre os braços, e eu na frente da TV penso: “seria muito brega se a Cloe curasse a Lois com uma lágrima”. Puf! Meu “desejo” se realiza e lá estava à garota mais bacana do seriado, chorando sobre o corpo de prima, a lágrima cai, surge uma luz branca e o resto acho que todo mundo já sabe! Resumindo, esse momento brega no “úrtimo” diminui ainda mais as chances de SMALLVILLE dar certo comigo.
Para compensar a vergonha alheia que tive da série do "superboy", só mesmo revendo um dos episódios mais tocantes de HOUSE. Não me lembro o nome do episódio ao certo; é um com uma menininha com câncer, faz parte da 2ª temporada. Super-melodramático, com direito a lições morais e a bela canção da Bird York, “In the Deep” (faz parte também da trilha de CRASH – NO LIMITE); enfim, um episódio capaz de levar a mais insensível das criaturas as lágrimas.
Para completar este breve resumo da semana, À ESPERA DE UM MILAGRE, ANACONDA (OK, esse é uma bomba, eu sei!) e DIRIGINDO NO ESCURO na TV a cabo, e hoje em DVD, numa sessão família, PONTE PARA TERABÍTIA, um filme que fala com bastante sensibilidade sobre a infância e sobre o qual pretendo escrever mais adiante.

E que venha a segunda-feira!


por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

1408

Assistir uma adaptação cinematográfica de Stephen King é quase sempre uma experiência inusitada, já que seus contos e romances têm chances de se tornarem tanto grandes clássicos como CONTA COMIGO, O ILUMINADO e À ESPERA DE UM MILAGRE, quanto coisas medíocres como O APANHADOR DE SONHOS ou a série NIGHTMARES AND DREAMSCAPES.
1408
, o mais recente longa baseado num conto do autor, atinge um meio termo agradável em níveis de qualidade; provavelmente nunca se tornará um clássico, mas é uma obra correta, que cumpre seu papel de narrar uma boa história, além de, é claro, assustar.
A trama gira em torno de Mike Enslin (John Cusack), um consagrado romancista, cujo passado é uma verdadeira incógnita, que é atraído para uma armadilha mortal que o levará a repensar seus próprios atos e crenças. A primeira vista, poderia estar falando de JOGOS MORTAIS, uma das mais badaladas e significativas franquias do cinema de horror nos últimos anos, não fosse o porém da pequena sinopse acima se encaixar também à inúmeras outras obras de suspense e terror. Indo direto ao ponto, a trama de 1408 não apresenta qualquer originalidade perante outros exemplares do gênero, e conta com clichês já exaustivamente explorados tanto pelo cinema afora, quanto pelo próprio Stephen King.
Em termos de linguagem, as inovações também são nulas; o filme conta com uma edição frenética, closes e movimentos de câmeras nervosos e uma irritante mania do cinema de horror recente, a de assustar o público através do som (percebam o recorrente truque da música do rádio-relógio, que sempre inicia abruptamente num volume alto em determinados momentos de tensão).
Mas o que realmente interessa em 1408 é sua habilidade em contar uma boa história (batida, mas boa) limitada ao pequeno espaço de um quarto de hotel (onde se desenvolve praticamente toda a trama). Apesar de algumas pontas soltas (a relação de Mike com o falecido pai, algo aparentemente importante no início da trama, é simplesmente ignorada a partir de certo ponto), o roteiro consegue desenvolver bem as situações propostas, prega alguns sustos criativos e, sobretudo, constrói um bom personagem: bem interpretado por John Cusack, é interessante ver o tom inicialmente descrente e sarcástico de Mike dar lugar a um protagonista frágil e amedrontado.
Co-estralado por Samuel L. Jackson (absolutamente dispensável), 1408 é um entretenimento interessante que por pouco não se compromete no final apelando para um cômodo “Deus ex Machina” (que felizmente é falso). Pode não ser genial, mas ganha minha simpatia pelo simples fato de não recorrer à carnificina de mal gosto promovida pelo concorrente JOGOS MORTAIS.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ