sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

O Oscar segundo Alvaro André

Vamos à brincadeira!... (observem bem a palavra "brincadeira", ou seja, tudo o que virá a ser dito aqui será de uma opinião extramente pessoal e aberta a discordâncias civilizadas, sem tabefes, socos, gritos ou palavrões; afinal, os meu votos são por demais importantes para serem enviados a qualquer uma dessas "Academiazinhas" que tem por aí... rs). Agora sim, vamos ao jogo!

Filme

Vai vencer: Hum... Ano passado era mais fácil (e deu zebra! risos). Ok; fica entre “Cartas de Iwo Jima” e “Babel”.
Meu voto seria: “Little Miss Sunshine”.

“Babel” era o preferido. Hoje, trava uma briga sem precedentes com “Little Miss Sunshine”, “Os Infiltrados” e “Cartas de Iwo Jima”. Há muito não se via uma disputa tão acirrada, mas apesar do grande filme que é, “Babel” apresenta desvantagens perante seus concorrentes. Para começar, é a obra mais pretensiosa da categoria, aquela minimamente pensada para se ganhar um Oscar. Assim, produções mais despojadas como “Miss Sunshine” e “Os Infiltrados” acabam tornando-se infinitamente mais charmosas e interessantes. “Little Miss Sunshine” é sem dúvidas, o mais sublime dentre os competidores; um daqueles filmes cuja mais ranzinza das criaturas é incapaz de não sair da sessão sorrindo. Pelo simples fato de ser uma comédia sutil, charmosa, e com inúmeras questões a abordar, já merecia meu voto. Porém, conta ainda com um elenco impecável, dos melhores reunidos numa produção do ano passado. Sim, meu voto (e minha torcida) com certeza é para “Little Miss Sunshine”.
ps: Ainda assim, ficarei feliz caso “Os Infiltrados” ganhe. Ainda não assisti ao filme de Eastwood.

Diretor

Vai vencer: A velha disputa Scorsese x Eastwood de novo... Desta vez num triângulo; o terceiro vértice é Iñarritu. Vai vencer... vai vencer... Scorsese fora; a disputa será acirradíssima entre Eastwood e Iñarritu.
Meu voto seria: Paul Greengrass, que com certeza merecia seu “Vôo United 93” (para mim, o melhor filme norte-americano do ano passado) dentre os indicados a melhor filme. Gosto do filme, gosto mais ainda do tom, muitas vezes quase que documental, que Greengrass dá a ele. Com sua costumeira fotografia granulada (a mesma de “Domingo Sangrento”), sua câmera rápida e extraindo o melhor de atores desconhecidos do público, e alguns não atores também, Greengrass é hábil em contar duas histórias paralelas; a dos passageiros a bordo do vôo, e a dos bastidores, que envolvem controladores de vôo, força aérea e governo. Sem jamais se entregar ao melodrama, Greengrass faz de “Vôo United 93” um filme angustiantemente real, nada parecido com a bobagem apresentada por Oliver Stone e suas “Torres Gêmeas”.


Atriz

Vai ganhar: Hellen Mirren é claro! A estatueta já deve até mesmo estar na sala da casa dela, bem ao centro dos inúmeros outros prêmios dedicados à sua interpretação por “A Rainha”.
Meu voto seria: Quem me conhece sabe da admiração que tenho pela carreira de Kate Winslet, a qual considero uma das melhores atrizes holywoodianas de sua geração. Há dois anos, ela era a única que poderia desbancar Hilary Swank por “Menina de Ouro” (Winslet fora indicada pelo injustiçado “Brilho Eterno de uma mente sem lembranças”). Não aconteceu. Hoje, ela vem com aquela que os críticos consideram como sua melhor interpretação, no polêmico “Pecados Íntimos”. Como as atuações de Winslet e Mirren ainda não chegaram aos cinemas da cidade sanduíche, fico com a única opção que me resta, e que após meses ainda me fascina. Penélope Cruz está soberba em “Volver”, filme de Almodóvar que injustamente fora indicado somente nesta categoria. Ela faz uma das personagens mais sublimes (e por que não dizer, discretas) já criadas pelo diretor; talvez também a melhor retratação da mulher feita por este, que sempre recorre ao tema. E que atire a primeira pedra aquele incapaz de derrubar uma lágrima enquanto ela canta “Estrella Morente”, num dos momentos mais belos do filme.
Enfim, fico com Penélope, porém feliz caso Winslet leve sua tão merecida estatueta.
ps: Impossível esquecer o excepcional trabalho de Meryl Streep no divertido “O Diabo veste Prada”, embora suas chances bastante pequenas.

Ator

Vai ganhar: Forest Whitaker por “O Último Rei da Escócia”.
Meu voto seria: Assistir unicamente a performance de Will Smith em “À Procura da Felicidade” (por mais que ele esteja excelente neste filme), não me dá pré-requisitos para votar nesta categoria. Voto em branco. Ou, a julgar pela carreira dos candidatos, dividiria o prêmio em cinco (risos). Talvez até domingo eu tenha um favorito.

Atriz Coadjuvante

Vai ganhar: Jennifer Hudson por “Dreamgirls”. Talvez dê zebra e fique com Rinko Kikuchi por “Babel”;
Meu voto seria: Categoria difícil. “Babel” vem com duas competidoras de peso, e será justo caso qualquer uma das duas venha a ganhar. Porém, meu voto vai para Abigail Breslin, por “Little Miss Sunshine”. Encantadora, ela consegue a difícil façanha de ser e interpretar uma criança, algo dificílimo considerando os pequenos prodígios que habitam Hollywood. Abigail destaca-se dentre um elenco de peso, conseguindo dar complexidade a uma personagem, que poderia muito bem existir fundamentada em meia dúzia de caretas e olharzinhos fofinhos. Enfim, mais uma para “Little Miss Sunshine”.

Ator Coadjuvante

Vai ganhar: Eddie Murphy... Sim, aquele mesmo de “O Professor Aloprado”, “Mansão Mal Assombrada”, etc, etc, etc...
Meu voto seria: Apesar de não ter assistido a “Dreamgirls” (e não gosto de julgar nada sem antes conhecer), é difícil imaginar Murphy desbancando caras como Jack Nicholson, Brad Pitt (numa das melhores interpretações de sua carreira) e Ben Affleck (aclamado pela crítica por sua atuação em “Hollywoodland”. Indo direto ao ponto; Alan Arkin está excelente no papel do avô viciado em “Little Miss Sunshine”, e há tempos vem merecendo maior reconhecimento. Por outro lado, Mark Wahlberg faz um trabalho excepcional em “Os Infiltrados”, esbanjando talento num personagem que a princípio não parece ter grandes oportunidades de desenvolver-se. Difícil escolha... ah, Mark Wahlberg. Pronto!

Montagem
Vai ganhar
: Babel.
Meu voto seria: “Vôo United 93”, porém ficaria feliz caso o premio fosse para o excelente “Filhos da Esperança”.

Melhor Filme Estrangeiro
Vai ganhar:
“O Labirinto do Fauno”
Meu voto seria: Considero “O Labirinto do Fauno” o melhor filme lançado em circuito nacional no ano passado (em minha humilde opinião!); e embora não conheça os demais candidatos, a fixação em mim causada pelo filme de Guilherme del Toro certamente garantiria meu voto a ele. Não se esquecendo de destacar o grande trabalho da equipe técnica e o elenco soberbo do filme, com principal atenção à menina Ivana Baquero, num papel cuja dramaticidade é inversamente proporcional a idade da jovem e talentosa atriz. Nada mais a declarar, a não a inexplicável ausência de “Volver” dentre os indicados.

Roteiro Original:
Vai ganhar: “Babel”
Meu voto seria: “Little Miss Sunshine” x “O Labirinto do Fauno”... Dúvida cruel! Vai “O Labirinto do Fauno” (antes que eu mude de idéia).

Roteiro Adaptado:
Vai ganhar: “Pecados Íntimos”
Meu voto seria: Não votaria; só conheço o bom trabalho de “Os Infiltrados”, e o excepcional roteiro de “Filhos da Esperança”. Caso me torturassem e me obrigassem a votar, com certeza meu voto seria para o filme de Cuarón.

Fotografia:
Vai ganhar:
“Filhos da Esperança”
Meu voto seria: “Filhos da Esperança” com toda certeza. Ao menos aqui o filme de Alfonso Cuarón teria que ser prestigiado. Na verdade, é inadmissível que o diretor não esteja dentre os indicados à melhor direção. Num projeto ousado, Cuarón leva as telas uma história surpreendente, que só não derrapa graças ao roteiro bem estruturado e a direção firme que o mexicano dá ao longa. E mesmo que tudo não passasse de uma grande bobagem (o que não é), “Filhos da Esperança” valeria a pena apenas pelos três magníficos planos seqüências (um deles contendo dez minutos!) apresentados pelo diretor. Enfim, mesmo que todo o resto fosse descartável, o resultado ainda assim seria no mínimo interessante.

Animação
Vai ganhar: “Carros”
Meu voto seria: “Carros”, por mais que “Happy Feet” seja fofinho e bem intencionado.

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