terça-feira, 22 de janeiro de 2008

OSCAR 2008: INDICADOS

Más notícias. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS acabou ficando de fora da corrida ao Oscar. Uma pena, pois o longa de Cao Hamburger vinha como grande favorito, não apenas por sua invejável carreira internacional, mas também pela eliminação de seus principais concorrentes da categoria, o romeno 4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS, e o francês PERSÉPOLIS, que acabou entrando aqui na categoria de MELHOR ANIMAÇÃO, tornando-se uma visível ameaça ao então favorito RATATOUILLE. Aliás, a premiadíssima animação da PIXAR, dirigida por Brad Bird, foi bastante lembrada, sendo indicada em cinco categorias (animação, roteiro original, trilha sonora, som e edição de efeitos sonoros). Empatados com o maior número de indicações (oito no total), o favorito (por enquanto) ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ, dos Cohen, e SANGUE NEGRO, de Paul Thomas Anderson. Agora, é impressão minha ou o filme dos irmãos Cohen vem perdendo força desde sua derrota no Globo de Ouro para DESEJO E REPARAÇÃO?
De qualquer forma, SANGUE NEGRO promete não tornar a disputa fácil, já que é um filme com alto teor político, duas grandes interpretações (além da do indicado Daniel Day-Lewis, a aclamada atuação de Paul Dano), um diretor renomado, e um auê crescente em torno de si próprio, podendo logo tomar a dianteira na disputa.
Na categoria MELHOR FILME, além dos dois recordistas acima citados, ainda as já esperadas indicações de DESEJO E REPARAÇÃO (vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme) e CONDUTA DE RISCO. A surpresa fica por conta da presença da comédia independente JUNO, o PEQUENA MISS SUNSHINE do ano.
Indicados à MELHOR DIRETOR, novamente os Cohen, ao lado de Paul Thomas Anderson, Tony Gilroy (CONDUTA DE RISCO), Julian Schnabel (vencedor do Globo de Ouro de Melhor Diretor por O ESCAFANDRO E A BORBOLETA), e por último Jason Reitman, surpreendendo novamente por JUNO, numa indicação no mínimo justa e interessante, já que Reitman já havia se mostrado talentoso em seu último trabalho, o excelente OBRIGADO POR FUMAR.
A categoria MELHOR ATOR surpreende apenas por incluir Tommy Lee Jones (ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ) à lista. Dentre os demais, nenhuma novidade: George Clooney (CONDUTA DE RISCO), Viggo Mortensen (SENHORES DO CRIME), Johnny Depp (SWEENEY TODD) e Daniel Day Lewis (SANGUE NEGRO). Ausências sentidas? Talvez apenas James McAvoy, um jovem grande ator, por seu trabalho em DESEJO E REPARAÇÃO.
MELHOR ATRIZ? Bem, parece que Julie Christie em algum momento (não sei exatamente qual) deixou Marion Cottilard para trás e surge como a favorita à premiação. Agora, convenhamos, por mais que a interpretação de Christie seja fenomenal (não sei, mas dizem que é), uma personagem com Mal de Alzheimer não é lá uma coisa muito original. Ou alguém já se esqueceu da indicação de Judi Dench há 6 anos atrás por ÍRIS? Enfim, a disputa provavelmente será acirrada entre Christie e Conttilard, surgindo espaço ainda para uma jovem talentosa, Ellen Page, por JUNO. Correndo por fora, Cate Blanchett, por ELIZABETH: A ERA DO OURO (Blanchett provavelmente sairá daqui de mãos abanando para ganhar mais adiante como coadjuvante em I’M NOT THERE) e a boa presença de Laura Linney, por THE SAVAGES. De fora, o excepcional e injustiçado trabalho de Ashley Judd, por POSSUÍDOS (e não sei por que cargas d’água muita gente apostava em Anne Hathaway, por BECOMING JANE, já que a atriz sequer foi lembrada em qualquer premiação).
Tal qual a categoria de MELHOR ATOR, a de MELHOR ATOR COADJUVANTE traz quatro indicados já esperados e um como elemento surpresa. Hal Holbrook vem por NA NATUREZA SELVAGEM, filme dirigido por Sean Penn, numa indicação não muito aguardada (esperavam-se indicações para Melhor Direção e até mesmo Melhor Filme). Juntos à Holbrook, o favorito Javier Bardem (ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ), Tom Wilkinson (CONDUTA DE RISCO), além de Philip Seymor Hoffman e Casey Affleck, indicados por dois filmes pouco lembrados pela premiação: JOGOS DO PODER, de Mike Nichols (CLOSER) e O ASSASSINATO DE JESSE JAMES PELO COVARDE ROBERT FORD, de Andrew Dominik.
ATRIZ COADJUVANTE? Amy Ryans (MEDO DA VERDADE), Ruby Dee (O GÂNGSTER), Saoirse Ronan (DESEJO E REPARAÇÃO), Tilda Swinton (CONDUTA DE RISCO) e a já citada Cate Blanchett, por I’M NOT THERE. Dúvidas? Blanchett é a grande aposta (minha e de muita gente).
As categorias de ROTEIRO ORIGINAL e ADAPTADO também não apresentam grandes novidades, a não ser talvez a presença de RATATOUILLE, LONGE DELA e LARS AND THE REAL GIRL. De resto, JUNO, DESEJO E REPARAÇÃO, ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ, etc. Enfim, estão todos ali!
Nas categorias consideradas técnicas, coisas boas como O ULTIMATO BOURNE (montagem, som e edição de som), PIAF (maquiagem e figurino) e ACROSS THE UNIVERSE (figurino), dividem espaço com trabalhos medíocres, o maior deles, certamente, NORBIT (maquiagem).
E num ano em que pelo menos dois musicais (HAIRSPRAY e SWEENEY TODD) poderiam ter rendido uma boa canção original, o grande competidor da categoria é o simpático Disney ENCANTADA, com três indicações, ao lado dos dois pouco conhecidos ONCE e O SOM DO CORAÇÃO.
Finalizando meu comentário sobre as principais categorias, a de MELHOR ANIMAÇÃO, que tinha como quase certa a vitória de RATATOUILLE. Se TA DANDO ONDA (an?!) não deve incomodar o ratinho cozinheiro (mesmo tendo eliminado OS SIMPSONS, antes aposta certa entre os indicados), o mesmo não deve ser dito de PERSÉPOLIS, aclamada animação francesa que, sequer selecionada como MELHOR FILME ESTRANGEIRO, deve tornar acirrada esta etapa da disputa.
Sem mais delongas, os vencedores serão anunciados no domingo de 24 de fevereiro, e desta vez, a greve promete não atrapalhar!

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

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