quinta-feira, 20 de março de 2008

JOGOS DO PODER


Há dois aspectos positivos a serem conferidos em JOGOS DO PODER (CHARLIE WILSON’ S WAR): a genialidade de um roteiro repleto de tramóias políticas e bom humor, e a impressionante versatilidade de um diretor que, aos 42 anos de carreira, parece não perder a vivacidade de seus primeiros trabalhos.Dono de uma filmografia que conta com clássicos como QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF? e A PRIMEIRA NOITE DE UM HOMEM, Mike Nichols deixa todo o peso dramático de seu último trabalho, o excelente CLOSER, para trás, e conta aqui uma história não menos intensa, mas recheada de muita acidez e sarcasmo.Em JOGOS DO PODER, assistimos os bastidores de uma guerra particular travada por um congressista norte-americano. Apoiado por uma socialite texana (Júlia Roberts) e um agente da CIA (Philip Seymour Hoffman), Charlie Wilson (Tom Hanks) é o responsável por uma série de complexas jogadas políticas que farão dos Estados Unidos os patrocinadores do Afeganistão numa guerra contra a Rússia comunista.Contando com a presença dos sempre competentes Tom Hanks e Philip Seymor Hoffman (indicado aos Oscar por sua atuação), JOGOS DO PODER traz ainda a talentosa Amy Adams (de ENCANTADA) e Julia Roberts que, apesar da boa interpretação, é desfavorecida por uma das poucas falhas do roteiro: a incapacidade de desenvolver a fundo seus personagens. Mais do que um retrato voraz da Guerra Fria, a trama de JOGOS DO PODER é quase que profética com relação aos atentados do 11 de setembro, e Mike Nichols aproveita-se disso para fortalecer ainda mais o desfecho de uma história que, apesar de complexa, é narrada com ritmo, precisão e bom humor, e certamente merece ser assistida.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

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