terça-feira, 12 de julho de 2011

X-MEN - PRIMEIRA CLASSE

Observações rápidas sobre “X-Men – Primeira Classe”:

· É um filme infinitamente melhor do que “Wolverine”, a última cria da série, mas não e compara aos episódios dirigidos por Bryan Singer.

· Ainda assim, o diretor Matthew Vaughn faz muito pelo filme, e sua aptidão para misè-en-scène fica bastante clara em cenas como a do primeiro encontro do jovem Erik/Magneto e Sebastian Shaw. Já nas sequências de ação, o trabalho parece ser mais burocrático.

· O roteiro me pareceu bastante perneta: joga ações e não nos apresenta as devidas reações, e vice-versa. O caso mais claro que me vem à mente é a debandada de Angel para o lado de Shaw (que quer destruir a raça humana): okay, há a voz off do guarda que tenta entregar os mutantes, mas isso não é o suficiente para a mudança da personagem. Aliás, o primeiro filme trabalhava melhor com a apresentação e o desenvolvimento dos secundários: o sumário narrativo em que eles surgem é ruim, e com exceção de Mística e Fera, são geralmente figuras bem rasas.

· O elenco principal é um achado: Michael Fassbender dá continuidade à ambiguidade que Ian Mckellen empregava a Magneto, Bacon faz um vilão realmente ameaçador e Jennifer Lawrence dá mais camadas à Mística, que assume o “posto” que era de Vampira (Anna Paquin) no original. Rose Byrne (da série “Damages” e do recente “Sobrenatural”), além de ótima, tem acumulado bons trabalhos no cinema (e espero que ela continue aparecendo de lingerie) e James McAvoy faz do Professor Xavier um personagem de extrema complexidade: é interessante notar como a jovialidade e a energia do personagem vão se esvaindo no decorrer do filme. A relação com Mística é um dado à parte: apesar de generoso e preocupado com a “irmã” (na cena em que a aeronave é atingida tem a ação quase automática de protegê-la com a mão), ele não consegue dar-lhe o conforto que a garota procura, algo que virá com Erik. Aliás, boa parte da força do filme está no envolvimento desses três personagens.

· A direção de arte, não só faz um belo trabalho de reconstituição de época, como desenha ambientes luxuosos (os bastidores do poder durante a Guerra Fria), mas também austéros e áridos. Diria que impressiona mais do que os efeitos especiais, que geralmente são atração maior neste tipo de filme.

por Álvaro André Zeini Cruz

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