domingo, 8 de junho de 2008

AS CRÔNICAS DE NÁRNIA: O PRÍNCIPE CASPIAN

Há três anos AS CRÔNICAS DE NÁRNIA: O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA chegava aos cinemas repleto de irregularidades. Em O PRÍNCIPE CASPIAN, segundo episódio da série, algumas delas demonstraram-se sanadas, mas duas das mais graves ainda permanecem: a falta de carisma do quarteto protagonista e a dúvida na escolha de um público ao qual a franquia deve atingir.
Aqui, a aventura dos irmãos Pevensie é retomada um ano após o episódio anterior. Em Nárnia, porém, isso equivale a 1000 anos, tempo suficiente para que o reino esteja em total decadência e seus habitantes em quase completa extinção. Vale lembrar que ao término do primeiro filme, o reino passou a ficar sob os cuidados do leão Aslan (dublado por Liam Neeson) e é justamente aí que ocorre o maior furo deste segundo filme, já que o leão (que surge como o arquétipo do mentor) só retorna a trama em seu terceiro ato, sem explicar sua ausência ou sequer os acontecimentos que levaram o fictício reino a tal decadência. O personagem surge enfim como uma solução rápida e eficaz aos conflitos trazidos pelo roteiro; uma solução que só não veio antes simplesmente porque assim não haveria história.
Mas não vamos nos apressar. Antes vale falar do conflito constante que assola a franquia desde o princípio: afinal, NÁRNIA trata-se de uma saga estritamente infantil, um épico infanto-juvenil, ou um universo fantástico que, tal como HARRY POTTER, é capaz de dialogar com públicos de diferentes idades? Longe de mim querer julgar a obra literária de C.S. Lewis (que, confesso, não li), responsável por inspirar as adaptações cinematográficas, mas o que se vê nas telas é um filme extremamente confuso que, não sabe se mergulha num universo violento e sombrio (tal qual vemos no único momento em que Tilda Swinton aparece, revivendo a Feiticeira Branca numa cenas das melhores do longa) ou num mundo completamente infantil, parecido com aquele visto no episódio anterior.
Como se não bastasse, AS CRÔNICAS DE NÁRNIA abre mão de um dos maiores prazeres que se pode proporcionar ao expectador de uma obra fantástica: o de descobrir gradualmente os encantos e magias daquele universo. Diferente do que ocorre em POTTER, O SENHOR DOS ANÉIS, ou nos recentes STARDUST e PONTE PARA TERABITHIA (que apesar de ter os mesmos produtores e pertencer a um universo derivado de NÁRNIA, é não só um infantil comovente como infinitamente superior), aqui a magia é enlatada e imposta ao público, e empobrece ainda mais pela falta de imaginação do roteiro e pela direção de arte pouco inspirada.
Mas ainda que questionável em sua narrativa e na concepção de um universo, não se pode negar certo amadurecimento da franquia, principalmente se comparado este episódio ao anterior. Primeiro pela presença de Sérgio Casttellito que faz do vilão Miraz o primeiro bom personagem da franquia, conseguindo fugir do caricatural, mas evitando também aquele tipo de humanização clichê comum a esses tipos de personagens (e embora Tilda Swinton fosse o que O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA-ROUPA tinha de melhor, não se poder negar que sua personagem era extremamente caricata). Segundo pela visível melhora dos efeitos visuais, que se não são verossímeis, desta vez ao menos não incomodam. Por fim, pelo simples fato de que é um filme correto sempre que se assume como um épico (ainda que mais limpinho e em menores proporções). Tomara que O PRINCÍPE CASPIAN acabe sendo talvez um filme de transição, assim como A CÂMERA SECRETA foi para HARRY POTTER, que teve sua verdadeira guinada em O PRISIONEIRO DE AZKABAN, dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón. É, talvez falte a NÁRNIA um “Cuarón” que dê um rumo à franquia e faça as coisas engrenarem de vez.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

3 comentários:

Luiz Rosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiz Rosa disse...

Oi Alvinho, blz cara? Então, tenho um furo no seu comentário... o Leão NÃO ficou como rei no filme anterior, muito pelo contrário, nofim do filme a menininha e o fauno estão olhando o leão andar numa praia enquanto conversam, e ai o l~eao some, e o fauno diz que quando precisarem o leão vai retornar... mas como é dito no 2ºfilme nda acontece duas vezes, dessa vez eles é quem tem que ir ao encontro do leão, mas como Narnia se perdeu, Pedro, suzana e Edimundo perdem a confiança no leão, Pedro perde a confiança, mas ele tem mais é vontade de resolver os conflitos sozinho... Suzana por sua vez não se posiciona muito, um furo nesse filme seria não ter mostrado que ela está perdendo a crença no mundo de Narnia (por estar crescendo), no final do filme mostra que ela está mais preocupada com o Cáspian do que com outras coisas... infelizmente Suzana só sera explicada no ULTIMO filme, se a série continuar seguindo esse ritmo de lançamento do livro (tem duas maneiras de ler), ja Edimundo, embora mais agradável que no 1ºfilme, quer acreditar no leão, mas acaba ouvindo os irmãos mais velhos e o anão que não acredita em Aslam.
Creio que o filme realmente não se posiciona quanto a ser infantil ou obscuro e concordo que a equipe de direção de arte não se empenhou quanto em o Senhor dos aneis... quanto ao futuro de Nárnia, o próximo filme, o livro me pareceu, uma volta ao 1ºlivro, só que agora ao invés dos 4, temos apenas 3, A menininha (um pouco mais crescida) o Edimundo e um primo dos dois o qual o nome me fugiu... mas o livro eu achei fraco, as coisas não melhoram pois no 4º livro temos apenas o tal primo e uma amiga dele, outro livro que eu não gostei, mas as coisas melhoram no 5º em diante, com o menino e seu cavalo, O sobrinho do mago (que revela as origens de Nárnia) e A batalha final, onde o final é realmente,...bom o final é impactante, por falta de palavra melhor...

Os dois modos de ler os livros são:
como foram lançados, é como os filmes estão sendo lançados, é a pior maneira na verdade (eu acho).
E lendo a versão única, foi a que eu li, eu achei melhor de ler, pois a criação de nárnia vem primeiro.

Quanto ao carisma dos personagens eu discordo, concordo quanto ao Ed e a Menininha, mas quanto ao Pedro e a Suzana eu acho os dois carismáticos o suficiente, mas como foi dito no filme eles não voltaram mais... embora o livro ainda guarde uma passagem quanto a isso... para mim os dois personagens mais carismáticos receberam sua "carta de demissão" no final desse filme, embora o Edimundo estava como eu ja disse mais agradável, pois no 1º filme ele era muito chato...

Luiz Rosa disse...

Desculpe, eu disse que o leão não ficou como rei, mas vc disse aos cuidados do leão, bom da na mesma quase, em fim, o Aslam sumiu de qq jeito...^^

ha! talvez vc reconcidere as duas estrelas, ou talvez não... td bem... mas eu curti o filme, embora vc tenha dito que se o leão viesse antes não teria história eu concordo... esse filme talvez tenha sido enrrolation, mas eu gostei do livro... bom vlw pela atenção um abraço cara... ^^

ps. desculpe se escrevi de +