domingo, 20 de maio de 2007

A Família do Futuro

A FAMÍLIA DO FUTURO


A Disney sempre representou um padrão mínimo de qualidade quando se trata de animação. “A Família do Futuro” segue a risca todos os pré-requisitos que um bom Disney deve apresentar. Tanto, que é de longe um dos filmes mais caretas do estúdio em sua safra recente.
Com um número de lições morais acima do normal e um número ainda maior de personagens engraçadinhos (ou que pelo menos tentam), a animação a principio não decola; os primeiros minutos são lentos e a trama demora a mostrar a que veio.
A história do jovem órfão Lewis só passa realmente a interessar por volta da metade da projeção. É aí que enfim, temos alguma ação relevante à trama e dois ou três personagens bem definidos (perdidos no meio de inúmeros outros dispensáveis).
A maior falha desta nova animação é justamente o excesso de figuras na tela. Diferente da família Pêra de “Os Incríveis” que contava com “apenas” cinco integrantes, a família Robinson vista aqui é daquelas capazes de encher uma mesa bem grande na hora da ceia. O resultado é uma apresentação atropelada dos vários personagens acontecendo num único momento da trama (tanto que nos dá direito a uma recapitulação de cada um deles feita pelo protagonista mais tarde).
Tecnicamente é uma produção apenas correta, sem jamais se igualar a beleza gráfica de “Os Incríveis”, “Carros” e até mesmo “Robôs”, belíssima animação da Dreamworks com temática parecida.
Por fim, “A Família do Futuro” padece pela falta de humor; quando o tem, é demasiadamente infantil. Em seu desfecho, adota um ritmo frenético que não deixa de ser interessante à história que durante um bom tempo fervera a banho-maria. Amarra bem pontas soltas que a certa altura já não imaginávamos mais ver explicadas. Acaba sendo um entretenimento irregular em sua estrutura narrativa e apenas correto visualmente. Deixa a nítida impressão de uma animação bem intencionada cuja dimensão poderia ir além do que foi.

por ALVARO ANDRÉ ZEINI CRUZ

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