quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

TROPAS ESTELARES



“Tropas Estelares” tem um frescor que, à princípio, toda obra de ficção-científica deveria ter. Afinal, é um dos subgêneros que dá maior abertura à um reset do mundo como ele é, sem no entanto, se desprender totalmente dele (ou talvez do que haja de essencial nele). É assim neste filme de Verhoeven, que nesse diapasão da ficção-científica futurista centrada num mundo de extrema globalização (onde Buenos Aires é igual à Nova York), fala de forma crítica dessa homogeneização da assepsia, da não identidade, que transforma o mundo num vídeo institucional. Aliás, essa é uma ideia que percorre o filme: ele  abre no vídeo institucional, apresenta os desdobramentos da trama, que no fim, desemboca novamente no institucional de motivações mecanizadas e números. Apesar do registro satírico, há uma aura em torno do filme que faz com que pareça que antes dele nunca houvera ficção-científica, como se o Cinema nunca houvesse visitado outros mundos. Algo de pueril (talvez uma "ingenuidade" boa) por parte de Verhoeven, que ao mesmo tempo em que satiriza, brinca de ser (re)inventor do gênero. Mas isso está mais numa esfera do impressionismo mesmo, portanto, posso estar falando bobagem...

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